quarta-feira, 20 de julho de 2016

Inflamação

A inflamação acontece quando o organismo combate uma infecção ou lesão, e faz parte do sistema imunológico do corpo. Geralmente, a inflamação causa calor, vermelhidão, inchaço e dor e pode ser causada infeções por bactérias, vírus ou parasitas no organismo ou por outros fatores como veneno, calor, exposição à radiação ou traumatismos, como acontece quando se tem um entorse ou se quebra um osso.

A inflamação pode acontecer em diversas partes do corpo, como ouvido, intestino, gengiva, garganta ou no útero por exemplo e esta pode ser aguda ou crônica, dependendo do tempo que os seus sintomas demoram a surgir ou que a inflamação leva a ser curada.

Sintomas da inflamação
Os principais sintomas que indicam inflamação são:
  • Inchaço ou edema;
  • Dor ao tocar;
  • Vermelhidão ao tocar;
  • Sensação de calor.
Estes são os principais 4 sinais que geralmente indicam a presença de um processo inflamatório e na presença de alguns destes sintomas deve consultar o médico logo que possível para que este possa dar início ao tratamento.
Além disso, dependendo do local da inflamação podem surgir outros sinais e sintomas, como glândulas inchadas e manchas brancas no caso das inflamações de garganta ou dor, febre e liberação de líquido espesso e amarelado em caso de infecção do ouvido.

Como acontece a inflamação?
A inflamação acontece quando são liberadas substâncias no organismo, como a histamina, que originam a resposta inflamatória no corpo. Estas substâncias são liberadas quando o organismo combate uma infecção ou lesão e aumentam a irrigação sanguínea no local da lesão.
Além disso, ocorre a produção de substâncias inflamatórias que aumentam a permeabilidade dos vasos sanguíneos no local e ocorre um processo chamado de quimiotaxia, um processo químico onde células do sangue como neutrófilos e macrófagos, são atraídos para o local da lesão para combater os agentes causadores da inflamação e controlar possíveis sangramentos.
Qual a diferença entre inflamação aguda e crônica?
  • Inflamação aguda:

A partir de um fenômeno irritativo como um trauma, infecções ou corpo estranho, há uma resposta rápida com leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) chamada de inflamação aguda.

Nesse momento, há fenômenos vasculares, exsudativos e proliferativos. É importante ressaltar que esses fenômenos não são característicos da inflamação aguda e ocorrem também na crônica. Os fenômenos vasculares são: vasoconstrição transitória mediada por tromboxanos para impedir uma possível hemorragia e também para direcionar o sangue para o local que mais necessita; vasodilatação mediada por aminas vasoativas (como a histamina), óxido nítrico (NO), prostraglandinas, cininas e fragmentos do complemento (C3a e C5a) para que haja maior concentração de sangue e, consequentemente, maior número de leucócitos para o processo inflamatório e aumento da permeabilidade para auxiliar na saída de células do sistema imune. A partir daí, há os fenômenos exsudativos. Em consequência da hiperemia, a velocidade sanguínea diminui (estase) e favorece a marginação dos leucócitos na parede endotelial. Quando o leucócito encontra a parede do endotélio, há o processo de rolamento no qual os leucócitos se ligam a moléculas de expressão (selectinas e integrinas) e começam a rolar pelo endotélio até encontrarem um espaço entre as células endoteliais e passarem ao processo de transmigração (diapedese) no qual o leucócito migra de dentro da parede vascular com o auxílio de mediadores como fragmentos do complemento que são responsáveis pela quimiotaxia, isto é, o direcionamento do leucócito para o agente lesivo. No momento da transmigração, uma rede de fibrina serve de sustentação para a migração. Uma vez fora do vaso sanguíneo, o leucócito vai ao encontro do agente lesivo. Para que essa célula do sistema imune reconheça o agente lesivo, anticorpos fazem opsonização, ou seja, envolvem todo o agressor. Com isso, o leucócito se aproxima, reconhece o agente e o engloba por endocitose formando, então, uma vesícula endocítica. É dentro dessa vesícula que o leucócito fará a morte do agressor e sua digestão por enzimas lisossomais.

Assim sendo, a inflamação aguda pode evoluir para a cronicidade, para regeneração ou para a cicatrização.



  • Inflamação crônica
Se na inflamação aguda a célula característica é o neutrófilo (leucócito polimorfonuclear), na inflamação crônica são leucócitos mononucleares (linfócito e macrófago). Todos os fenômenos vasculares, exsudativos e proliferativos também ocorrem na inflamação crônica, porém, a diferença é que esse processo inflamatório se dá em decorrência a infecções persistentes e doenças autoimunes por exemplo.

A inflamação crônica pode ser divida em específica (granuloma) e não específica (tecido de granulação). O granuloma é um padrão específico da inflamação crônica na tentativa de conter uma lesão que é difícil de erradicar. Células epitelióides, ou seja, macrófagos ativados que tem sua morfologia alterada, compõem o granuloma juntamente com células gigantes e um halo linfocítico. Esse processo se dá quando há um agente específico como, por exemplo, um fio de sutura não absorvível. Existem alguns tipos de granuloma como o tuberculóide. O tecido de granulação (ou granulomatoso) compreende a inflamação crônica não específica. Nesse tecido há células de defesa, fibroblastos e novos vasos sanguíneos (angiogênese) que são responsáveis por levar mais nutrientes ao local afetado.

A intensa atividade dos leucócitos junto com o processo inflamatório desencadeiam o reparo tecidual.

Um comentário:

  1. Ótimo assunto!! Me ajudou bastante para a realização de trabalho! Parabéns!!

    ResponderExcluir