São distúrbios que afetam, de alguma forma, a circulação sanguínea de um indivíduo, levando-o a um quadro patogênico.
São eles: isquemia, infarto, trombo, êmbolo, hiperemia, aterosclerose, edema, choque e hemorragia.
- Isquemia
É a deficiência no suprimento sanguíneo por diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares a determinado tecido ou órgão. Pode ocorrer por causas funcionais como hemorragia ou por causas mecânicas como obstrução vascular. As consequências dependem do tipo de tecido afetado, da eficiência da circulação colateral, da velocidade com que se instala e do grau de redução do calibre da artéria afetada em casos de obstrução.
- Infarto
- Trombo
É a massa sólida formada pela coagulação sanguínea, enquanto trombose é a solidificação dos constituintes do sangue. Pode ser arterial ou venoso, mas é mais frequente nas veias pelo seu calibre menor.
Para falar de trombo, precisamos falar da Tríade de Virchow. Essa tríade consiste em alterações no fluxo sanguíneo, lesão endotelial e hipercoagulabilidade do sangue.
- Êmbolo
É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue até um local distante de seu ponto de origem.
O êmbolo pode ser classificado em sólido, líquido e gasoso. Exemplificando, uma tromboembolia é um êmbolo sólido oriundo de um trombo. A embolia gordurosa é um exemplo de êmbolo líquido causado pela junção de gotículas de medula óssea e sangue, enquanto um êmbolo gasoso pode ser formado em mergulhadores que voltam a superfície de maneira incorreta.
- Hiperemia
É o aumento da concentração de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular.
A hiperemia pode ser ativa/arterial ou passiva/venosa/congestão. A hiperemia ativa é ainda subdividida em fisiológica ou patológica e a passiva em local ou sistêmica.
Quando há aumento do fluxo sanguíneo por aumento da pressão arterial (PA) ou diminuição da resistência pré-capilar, há uma hiperemia ativa. Ela é fisiológica por aumento da demanda funcional ou patológica por liberação de mediadores químicos inflamatórios.
Quando há aumento do fluxo sanguíneo por diminuição da drenagem venosa ou aumento da resistência pós-capilar, há uma hiperemia passiva. Ela é local se afetar apenas um vaso sanguíneo específico e sistêmica se gerar uma estase em toda circulação.
- Edema
Esse distúrbio é caracterizado por um acúmulo excessivo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo.
O edema pode ser inflamatório (exsudato – alto teor de proteínas em consequência do aumento da permeabilidade vascular) ou não inflamatório (transudato – baixo teor de proteínas devido a preservação da permeabilidade vascular).
Os principais fatores para que ocorra o edema são:
1 - aumento da pressão hidrostática que determina uma maior saída de fluido do capilar para o interstício; a partir do momento em que a capacidade dos vasos linfáticos de retornar o líquido em excesso para a circulação sanguínea é ultrapassada, teremos o desenvolvimento de edema.
2 - diminuição da pressão oncótica: quando há diminuição dessas proteínas reguladoras da pressão, há aumento da permeabilidade, causando o edema.
3 - obstrução linfática causará o aumento da permeabilidade.
4 - retenção de Na e H2O por consequência de alterações na bomba de Na/K
5 - aumento da permeabilidade vascular por eventos inflamatórios.
- Hemorragia
Ao extravasamento de sangue por ruptura de vaso para o meio externo ou cavidades dá-se o nome de hemorragia.
A hemorragia pode ocorrer por traumatismos, aterosclerose, neoplasia etc.
Morfologicamente, há formação de petéquias, púrpura, equimose e hematoma.
Como consequências podem ocorrem hipovolemia, isquemia local e morte.
- Aterosclerose
É causada, principalmente, por LDL que se adere na camada íntima do vaso sanguíneo e forma cristais. A partir daí, os cristais são reconhecidos como antígenos e os macrófagos tentam fagocitá-los, mas não conseguem fazer a digestão e morrem, liberando enzimas lisossômicas que recrutam células inflamatórias, diminuindo a luz dos vasos e aumentando a pressão arterial.
- Choque
É uma alteração circulatória aguda e rápida que, geralmente, leva ao óbito.
Caracteriza-se pela incapacidade do sistema circulatório de manter a irrigação sanguínea adequada à microcirculação com consequente perfusão inadequada de órgãos vitais causando uma hipóxia. Logo, o choque causa hipoperfusão sistêmica pela redução do débito cardíaco (DC) e do volume de sangue circulante.
Há cinco tipos de choque: 2 da macrocirculação e 3 da microcirculação, respectivamente:
1 - Cardiogênico – alterações no miocárdio que impossibilitam que o coração bombeie adequadamente o sangue (ex: infarto, insuficiência cardíaca esquerda)
2 - Hipovolêmico - diminuição de líquidos do organismo, diminuição do retorno venoso e do DC (ex: hemorragia, desidratação por queimadura)
3 - Séptico– bactérias, principalmente Gram negativas , liberam endotoxinas que promovem uma vasodilatação, diminuindo o retorno venoso e o DC
4 - Anafilático – em respostas alérgicas acentuadas onde há aumento da liberação de vasodilatador (histamina) que diminui o retorno venoso e o DC
5 - Neurogênico – resposta vasomotora com vasodilatação, diminuindo o retorno venoso e o DC (ex: anestesia peridural)
O choque possui três estágios:
1 - Inicial – perfusão é mantida e há ativação de mecanismos reflexos compensatórios
2 - Progressivo – hipoperfusão tecidual e início dos desequilíbrios circulatórios
3 - Irreversível - inicia-se após lesões celulares tão graves que, mesmo que os defeitos hemodinâmicos sejam corrigidos, a sobrevivência não é possível .
Muito bom, me ajudou bastante aqui na disciplina de Patologia
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