segunda-feira, 25 de julho de 2016

Artigo









NEOPLASIA GÁSTRICA NO BRASIL E NO ESTADO DO PIAUÍ: UMA REVISÃO DE LITERATURA.


*Augusto de Sousa Andrade Neto, *Caroline Rodrigues de Sousa, *Igor Antônio Santana de Souza Muniz, * Maria Elisabeth Leal da Mata, **Renato Felipe de Andrade, *Rita de Cassia Dias da Silva Ibiapino, *Verônica Teresa de Lima Martins, *Wambério Querino de Carvalho.



RESUMO

INTRODUÇÃO: O aumento dos casos de câncer no Brasil vem crescendo segundo a expectativa de vida populacional. O câncer gástrico em 1980 foi considerado o câncer mais comum no mundo, no Brasil em 2014 foi considerado o quarto em incidência no sexo masculino e o sexto no sexo feminino. OBJETIVO: Investigar, na literatura, a incidência e a mortalidade por câncer gástrico no Piauí e no Brasil nos últimos 9 anos.   REVISÃO DE LITERATURA: Segundo o Data SUS de 2007 a 2011, as mortes por câncer gástrico vem crescendo a cada ano, em 2011, somando-se o câncer de esôfago e estômago, eles foram responsáveis por 7% dos óbitos por câncer no estado do Piauí, sendo o câncer de esôfago responsável por 2,9% (24 casos) e o câncer de estômago responsável por 4,1% (34 casos). Um estudo realizado em 2012 num núcleo de referência de tratamento de câncer no Piauí, mostrou que o câncer gástrico precoce ainda é pouco diagnosticado, evidenciando que ele atinge duas vezes mais o sexo masculino, com o pico de incidência dos 50 aos 70 anos, e acomete mais as classes de baixo poder aquisitivo e com menor grau de escolaridade. METODOLOGIA: Estudo de revisão de literatura, por meio de bibliografias disponíveis nos bancos de dados:  Biblioteca Virtual em Saúde, Scielo, portais da Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde, sendo o estudo realizado no mês de maio a julho de 2016. Utilizou-se artigos que falavam sobre a incidência e a mortalidade do câncer gástrico no Brasil e no Piauí. Os critérios para inclusão dos artigos foram: A procura por temas que relatassem em seu conteúdo as palavras chave do estudo (câncer gástrico no Piauí, câncer gástrico, incidência e mortalidade).  Adotou-se como critério, a aplicação de artigos publicados em língua portuguesa e inglesa que tivessem sido publicados entre   os   anos   de   2007 a   2016. Como critério de exclusão, artigos com data inferior ao ano de 2007, artigos de estudo contendo apenas um caso clínico e artigos sem referência. Após a leitura de 32 resumos, foram selecionadas 14 publicações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os estudos analisados mostram que o câncer no Brasil e no Piauí vem crescendo à medida que a expectativa de vida aumenta, os casos de câncer gástrico ainda são pouco diagnosticados, o que poderia diminuir a taxa de mortalidade precoce, por isso falta maior agilidade por parte dos profissionais de saúde em diagnosticar inicialmente essas neoplasias, para assim poder se traçar planos de tratamentos específicos e gerar melhor qualidade de vida aos portadores do câncer gástrico.

PALAVRAS - CHAVE: Câncer gástrico no Piauí; Câncer Gástrico; Incidência; Mortalidade.


ABSTRACT
INTRODUCTION: The increase of cancer cases in Brazil has grown according to expectations population lives. Gastric cancer in 1980 was considered the most common cancer in the world, in Brazil in 2014 was considered the fourth in incidence in men and the sixth in women. To investigate, the literature, the incidence and mortality of gastric cancer in Piauí and Brazil in nine years. LITERATURE REVIEW: According to the Data SUS 2007-2011, deaths from gastric cancer is growing every year, in 2011, adding to cancer of the esophagus and stomach, they accounted for 7% of cancer deaths in the state of Piauí, and esophageal cancer accounted for 2.9% (24 cases) and stomach cancer accounts for 4.1% (34 cases). A study conducted in 2012 in a cancer treatment reference core in Piauí, showed that early gastric cancer is still poorly diagnosed, showing that it reaches twice the male, with the peak incidence of 50 to 70, and affects more low-income classes and lower education. METHODOLOGY: literature review study, through bibliographies available in databases: Virtual Health Library, Scielo, the World Health Organization portals, Ministry of Health, and the study carried out in May and July 2016. We used If articles that talked about the incidence and mortality of gastric cancer Brazil and Piauí. The inclusion criteria for articles were: Demand for subjects who reported on their content the study of keywords (gastric cancer in Piauí, incidence and mortality). It was adopted as a criterion, the application of articles published in Portuguese and English that had been published between the years 2007 to 2016. The exclusion criteria, items with date lower than the year 2007, study articles containing only a clinical case and articles without reference. After reading of 32 abstracts were selected 14 publications. CONCLUSION: The analyzed studies show that cancer in Brazil and Piauí is growing as life expectancy increases, the cases of gastric cancer are still poorly diagnosed, which could decrease early mortality rate, so lack higher agility by health professionals initially diagnose these tumors, thus to be able to trace specific treatment plans and generate better quality of life to patients of gastric cancer.
KEY - WORDS: GASTRIC CANCER OF PIAUÍ; GASTRIC CANCER; INCIDENCE; MORTALITY.






INTRODUÇÃO

Segundo a Organização mundial de saúde (OMS), em 2015 o câncer (CA) é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, constituindo-se de um conjugado de mais de 100 enfermidades, onde ocorrem mutações genéticas pertinentes ao crescimento e a mitose celular, levando ao crescimento descontrolado de células atípicas ou cancerosas (OMS, 2015).
O aumento dos casos de CA no Brasil vem aumentando segundo a expectativa de vida populacional. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para 2014, houve uma estimativa de 395 mil novos casos de câncer no Brasil, com exceção do câncer de pele não melanoma. Os cânceres mais incidentes entre os indivíduos do sexo masculino e feminino, respectivamente, são os de próstata, de mama, de colo do útero, seguido dos de pulmão, colorretal, estômago, cavidade oral e glândulas tireóide (INCA, 2014).
Em 1980 o câncer gástrico foi considerado o câncer mais comum do mundo. O câncer gastrointestinal (CA GAST), é um dos mais incidentes entre as populações, abrange tumores que atingem desde a boca até outros órgãos, como o esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso, vesícula biliar, fígado, pâncreas e reto (INCA, 2014).
Os CA GAST mais frequentes são os de cólon, reto, estômago, cavidade oral e esôfago. No Brasil, o CA GAST é o quarto tumor maligno mais frequente entre os homens e sexto entre as mulheres, e em ambos os sexos a sua incidência aumenta a partir de 35 - 40 anos (INCA, 2014).
A frequência de CA GAST vem se atenuando, contudo a mortalidade continua alta. A sobrevida em pacientes com a doença em cinco anos é em torno de 30% nos países desenvolvidos e 20% nos países em desenvolvimento (ZILBERSTEIN et al, 2013).
Considerando-se que o CA GAST é um dos CA com maior incidência no Brasil, o objetivo do presente estudo foi investigar, na literatura, a incidência e a mortalidade de CA GAST no Brasil e no estado do Piauí nos últimos 9 anos. 


REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Hoff (2012), o tubo digestivo é dividido em trato gastrointestinal superior e inferior, onde o superior é formado pela boca, faringe, estômago e esôfago, já o trato gastrointestinal inferior é formado pelo intestino delgado e grosso (HOFF, 2012).
A incidência e mortalidade de CA vêm crescendo em todo o mundo, no Brasil esses casos não são diferentes, pois à medida que aumenta a expectativa de vida, aumentam-se as taxas de morbidade e mortalidade devido a neoplasias cancerígenas (INCA, 2012).
Segundo o INCA, mais de 576 mil casos de cânceres ocorreram entre 2014 e 2015, dos quais 20 mil foram relacionados ao câncer gástrico, sendo 65% desses casos diagnosticados em homens acima de 50 anos.  Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil encontra-se o terceiro maior índice entre a população (6 por 100 mil casos) (INCA, 2012).
O CA GAST se caracteriza pelo crescimento desordenado das células que compõem   a   parede   gástrica.   Os   tumores gástricos se apresentam na forma de três tipos histológicos:  adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e leiomiossarcoma (2%), iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos (HOFF, 2012).
O Ministério da Saúde menciona que, embora a incidência dos tumores gástricos apresente redução significativa nos últimos anos, o número de brasileiros diagnosticados com câncer gástrico é bem alto, tornando-se o sexto tumor maligno entre mulheres e quarto entre os homens (OMS, 2012).
Nos grupos de baixo nível socioeconômico a incidência de câncer gástrico e a taxa de mortalidade são três vezes maiores do que nas populações de nível socioeconômico médio e alto, devido aos hábitos alimentares, fatores ambientais, sociais e clínicas, representando um grande problema de saúde pública nos países em desenvolvimento (MELO; NUNES; LEITE, 2012).
Segundo o Data SUS, de 2007 a 2011, as mortes por câncer gástrico vem crescendo a cada ano, em 2011, somando-se o câncer de esôfago e estômago, eles foram responsáveis por 7% dos óbitos por câncer no estado do Piauí, sendo o câncer de esôfago responsável por 2,9% (24 casos) e o câncer de estômago responsável por 4,1% (34 casos) (MS, FNS, CNE, 2016).
Um estudo realizado em 2012, em um núcleo de referência de tratamento de câncer no Piauí, mostrou que o câncer gástrico precoce ainda é pouco diagnosticado, evidenciando que ele atinge duas vezes mais o sexo masculino, com o pico de incidência dos 50 aos 70 anos, e acomete mais as classes de baixo poder aquisitivo e com menor grau de escolaridade. Isso demonstra que, faz-se necessário, a criação de políticas públicas voltadas para este fim, ou seja, trabalhos no intuito de  se realizar diagnósticos precoces e de prevenção da doença (CAMPELO; LIMA, 2012).
Em uma recente pesquisa realizada pelo INCA, observou-se que existe a estimativa de que, em 2016, o Piauí terá uma incidência de mais de 6 mil casos de câncer em todo o estado, sendo o câncer de pele o de maior incidência, cerca de 1900 casos, seguido do câncer de próstata (890 casos) e mama (580 casos), o câncer do tubo digestivo fica no quarto lugar, onde as suas principais regiões afetadas são: cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe, bexiga e esôfago (INCA 2015).
A produção de conhecimento científico sobre o tema proposto é escassa. Desse modo observa-se a importância de termos dados mais recentes sobre essa patologia. É necessário realizarem-se mais pesquisas com foco nesses dados, para que essas investigações possam evidenciar os níveis de incidência e de mortalidade do câncer gástrico no Estado do Piauí e no Brasil.


METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão de literatura, por meio de referências bibliográficas disponíveis nos bancos de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo (Scientific) Eletronic Library (On-line), portais da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde, sendo o estudo realizado no dia 2 do mês de maio de 2016 até o dia 16 de julho de 2016.
Foram utilizados para a realização deste trabalho, artigos que falavam sobre a incidência e a mortalidade do câncer gástrico no Brasil e no Estado do Piauí.
Foram empregados critérios para inclusão da seleção dos artigos utilizados: como, a procura por temas que relatassem em seu conteúdo as palavras chave do estudo.  Adotou-se como critério, a aplicação de artigos publicados em língua portuguesa e inglesa que tivessem sido publicados entre os anos de 2007 a 2016.   Foram utilizadas como palavras chave para a pesquisa: câncer gástrico no Piauí, câncer gástrico, incidência e mortalidade.   Como critério de exclusão: artigos com data inferior ao ano de 2007, artigos de estudo contendo apenas um caso clínico e artigos sem referência. Após a leitura de 32 resumos, foram selecionadas 14 publicações.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidenciado que os casos de câncer gástrico estão intimamente ligados aos maus hábitos de higiene, má alimentação, ao tabagismo e possui maiores índices na sociedade de baixo nível econômico, incumbindo assim aos profissionais de saúde se qualificar, e assim, trabalhar diretamente com táticas que visem a prevenção desses pacientes oncológicos, como também a promoção de políticas públicas, voltadas para o diagnóstico precoce e prevenção do CA GAST.
 Estudos analisados mostram que o câncer no Brasil e no estado do Piauí vem crescendo à medida que a expectativa de vida aumenta. Os casos de câncer gástrico ainda são pouco diagnosticados. Esse diagnóstico poderia diminuir a taxa de mortalidade precoce, por isso falta maior agilidade por parte dos profissionais de saúde em diagnosticar inicialmente essas neoplasias, para assim poder se traçar planos de tratamentos específicos e gerar melhor qualidade de vida aos portadores do câncer gástrico.
É importante refletirmos a elaboração de estratégias dinâmicas, voltadas à promoção nutricional de qualidade, ao saneamento básico, ao combate do tabagismo e as disparidades sociais que afligem nosso país. Todas essas ações são ferramentas de grande valor na prevenção e no combate aos fatores de risco que contribuem para a origem do câncer gástrico.


REFERENCIAS
ANTUNES D C, SILVA I M L, CRUZ W M S. Quimioprevenção do Câncer Gástrico. Rev. Brasileira de Cancerologia 2010; 56(3):367-374.
Brasil. (Ministério da Saúde/ Instituto Nacional Câncer). ABC do Câncer [Internet]. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes /inca/abc _do_cancer_2ed.pdf>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Falando sobre câncer do intestino. Instituto Nacional de Câncer, Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Sociedade Brasileira de Cancerologia, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.Rio de Janeiro: INCA, 2014.
CAMPELO J C L, LIMA L C. Perfil Clinico epidemiológico do Câncer Gástrico Precoce em um Hospital de Referência em Teresina, Piauí. Revista Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 15-20
CESAR A C G, TOLEDO M C B. Comparação do desenvolvimento sócio-econômico com a morbidade hospitalar nos casos de câncer de pulmão, estômago e colorretal entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. RevBio-Rev. de Biociêcias da Universidade de Taubaté. Vol.17 -nº 2 –2011.

HOFF P M G. Tratado de oncologia. Atheneu. Rio de janeiro 1ª Ed. 2012

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca, 2012.
INCA. Formação do Câncer. 2014. Disponível em: http://www.inca.gov.br/2014, acesso em dia 05/07/2016.
MELO M M, NUNES L C, LEITE I C G. Relação entre Fatores Alimentares e Antropométricos e Neoplasias do Trato Gastrointestinal: Investigações Conduzidas no Brasil. Rev. Brasileira de Cancerologia 2012; 58(1): 85-95
MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CENTRO NACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA. Sistema de informações sobre mortalidade. Disponível em:<http://www.datasus.gov.br>
Organização Mundial de Saúde (OMS). Câncer ficha número 297. Junho de 2012. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs297/en/>. Acesso em dia 09/07/2016.
SILVA V C S, FELÍCIO D C. Fatores de risco para o câncer gástrico em grupos de classe sócio econômico baixa: revisão literária. Rev. de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v.6, n. 1, 2016, p. 3-10
VIEIRA A R, FORTES R C. Qualidade de vida de pacientes com câncer gastrointestinal. Rev. ciências Saúde 2015; 26(1/2): 45-56
ZILBERSTEIN B, MALHEIROS C, LOURENÇO L G, et al. Consenso brasileiro sobre câncer gástrico: diretrizes para o câncer gástrico no Brasil. ABCD Arq Bras Cir Dig 2013;26(1):2-6




quarta-feira, 20 de julho de 2016

Inflamação

A inflamação acontece quando o organismo combate uma infecção ou lesão, e faz parte do sistema imunológico do corpo. Geralmente, a inflamação causa calor, vermelhidão, inchaço e dor e pode ser causada infeções por bactérias, vírus ou parasitas no organismo ou por outros fatores como veneno, calor, exposição à radiação ou traumatismos, como acontece quando se tem um entorse ou se quebra um osso.

A inflamação pode acontecer em diversas partes do corpo, como ouvido, intestino, gengiva, garganta ou no útero por exemplo e esta pode ser aguda ou crônica, dependendo do tempo que os seus sintomas demoram a surgir ou que a inflamação leva a ser curada.

Sintomas da inflamação
Os principais sintomas que indicam inflamação são:
  • Inchaço ou edema;
  • Dor ao tocar;
  • Vermelhidão ao tocar;
  • Sensação de calor.
Estes são os principais 4 sinais que geralmente indicam a presença de um processo inflamatório e na presença de alguns destes sintomas deve consultar o médico logo que possível para que este possa dar início ao tratamento.
Além disso, dependendo do local da inflamação podem surgir outros sinais e sintomas, como glândulas inchadas e manchas brancas no caso das inflamações de garganta ou dor, febre e liberação de líquido espesso e amarelado em caso de infecção do ouvido.

Como acontece a inflamação?
A inflamação acontece quando são liberadas substâncias no organismo, como a histamina, que originam a resposta inflamatória no corpo. Estas substâncias são liberadas quando o organismo combate uma infecção ou lesão e aumentam a irrigação sanguínea no local da lesão.
Além disso, ocorre a produção de substâncias inflamatórias que aumentam a permeabilidade dos vasos sanguíneos no local e ocorre um processo chamado de quimiotaxia, um processo químico onde células do sangue como neutrófilos e macrófagos, são atraídos para o local da lesão para combater os agentes causadores da inflamação e controlar possíveis sangramentos.
Qual a diferença entre inflamação aguda e crônica?
  • Inflamação aguda:

A partir de um fenômeno irritativo como um trauma, infecções ou corpo estranho, há uma resposta rápida com leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) chamada de inflamação aguda.

Nesse momento, há fenômenos vasculares, exsudativos e proliferativos. É importante ressaltar que esses fenômenos não são característicos da inflamação aguda e ocorrem também na crônica. Os fenômenos vasculares são: vasoconstrição transitória mediada por tromboxanos para impedir uma possível hemorragia e também para direcionar o sangue para o local que mais necessita; vasodilatação mediada por aminas vasoativas (como a histamina), óxido nítrico (NO), prostraglandinas, cininas e fragmentos do complemento (C3a e C5a) para que haja maior concentração de sangue e, consequentemente, maior número de leucócitos para o processo inflamatório e aumento da permeabilidade para auxiliar na saída de células do sistema imune. A partir daí, há os fenômenos exsudativos. Em consequência da hiperemia, a velocidade sanguínea diminui (estase) e favorece a marginação dos leucócitos na parede endotelial. Quando o leucócito encontra a parede do endotélio, há o processo de rolamento no qual os leucócitos se ligam a moléculas de expressão (selectinas e integrinas) e começam a rolar pelo endotélio até encontrarem um espaço entre as células endoteliais e passarem ao processo de transmigração (diapedese) no qual o leucócito migra de dentro da parede vascular com o auxílio de mediadores como fragmentos do complemento que são responsáveis pela quimiotaxia, isto é, o direcionamento do leucócito para o agente lesivo. No momento da transmigração, uma rede de fibrina serve de sustentação para a migração. Uma vez fora do vaso sanguíneo, o leucócito vai ao encontro do agente lesivo. Para que essa célula do sistema imune reconheça o agente lesivo, anticorpos fazem opsonização, ou seja, envolvem todo o agressor. Com isso, o leucócito se aproxima, reconhece o agente e o engloba por endocitose formando, então, uma vesícula endocítica. É dentro dessa vesícula que o leucócito fará a morte do agressor e sua digestão por enzimas lisossomais.

Assim sendo, a inflamação aguda pode evoluir para a cronicidade, para regeneração ou para a cicatrização.



  • Inflamação crônica
Se na inflamação aguda a célula característica é o neutrófilo (leucócito polimorfonuclear), na inflamação crônica são leucócitos mononucleares (linfócito e macrófago). Todos os fenômenos vasculares, exsudativos e proliferativos também ocorrem na inflamação crônica, porém, a diferença é que esse processo inflamatório se dá em decorrência a infecções persistentes e doenças autoimunes por exemplo.

A inflamação crônica pode ser divida em específica (granuloma) e não específica (tecido de granulação). O granuloma é um padrão específico da inflamação crônica na tentativa de conter uma lesão que é difícil de erradicar. Células epitelióides, ou seja, macrófagos ativados que tem sua morfologia alterada, compõem o granuloma juntamente com células gigantes e um halo linfocítico. Esse processo se dá quando há um agente específico como, por exemplo, um fio de sutura não absorvível. Existem alguns tipos de granuloma como o tuberculóide. O tecido de granulação (ou granulomatoso) compreende a inflamação crônica não específica. Nesse tecido há células de defesa, fibroblastos e novos vasos sanguíneos (angiogênese) que são responsáveis por levar mais nutrientes ao local afetado.

A intensa atividade dos leucócitos junto com o processo inflamatório desencadeiam o reparo tecidual.

Distúrbios Hemodinâmicos

São distúrbios que afetam, de alguma forma, a circulação sanguínea de um indivíduo, levando-o a um quadro patogênico.

São eles: isquemia, infarto, trombo, êmbolo, hiperemia, aterosclerose, edema, choque e hemorragia. 

  • Isquemia

É a deficiência no suprimento sanguíneo por diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares a determinado tecido ou órgão. Pode ocorrer por causas funcionais como hemorragia ou por causas mecânicas como obstrução vascular. As consequências dependem do tipo de tecido afetado, da eficiência da circulação colateral, da velocidade com que se instala e do grau de redução do calibre da artéria afetada em casos de obstrução.


  • Infarto 
É a necrose resultante da interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso; pode ser branco, vermelho e séptico.

  • Trombo

É a massa sólida formada pela coagulação sanguínea, enquanto trombose é a solidificação dos constituintes do sangue. Pode ser arterial ou venoso, mas é mais frequente nas veias pelo seu calibre menor.

Para falar de trombo, precisamos falar da Tríade de Virchow. Essa tríade consiste em alterações no fluxo sanguíneo, lesão endotelial e hipercoagulabilidade do sangue.



  • Êmbolo

É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue até um local distante de seu ponto de origem.

O êmbolo pode ser classificado em sólido, líquido e gasoso. Exemplificando, uma tromboembolia é um êmbolo sólido oriundo de um trombo. A embolia gordurosa é um exemplo de êmbolo líquido causado pela junção de gotículas de medula óssea e sangue, enquanto um êmbolo gasoso pode ser formado em mergulhadores que voltam a superfície de maneira incorreta.

  • Hiperemia

É o aumento da concentração de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular.

A hiperemia pode ser ativa/arterial ou passiva/venosa/congestão. A hiperemia ativa é ainda subdividida em fisiológica ou patológica e a passiva em local ou sistêmica.

Quando há aumento do fluxo sanguíneo por aumento da pressão arterial (PA) ou diminuição da resistência pré-capilar, há uma hiperemia ativa. Ela é fisiológica por aumento da demanda funcional ou patológica por liberação de mediadores químicos inflamatórios.

Quando há aumento do fluxo sanguíneo por diminuição da drenagem venosa ou aumento da resistência pós-capilar, há uma hiperemia passiva. Ela é local se afetar apenas um vaso sanguíneo específico e sistêmica se gerar uma estase em toda circulação.

  • Edema

Esse distúrbio é caracterizado por um acúmulo excessivo de líquido no interstício ou em cavidades do organismo.

O edema pode ser inflamatório (exsudato – alto teor de proteínas em consequência do aumento da permeabilidade vascular) ou não inflamatório (transudato – baixo teor de proteínas devido a preservação da permeabilidade vascular).

Os principais fatores para que ocorra o edema são:
1 - aumento da pressão hidrostática que determina uma maior saída de fluido do capilar para o interstício; a partir do momento em que a capacidade dos vasos linfáticos de retornar o líquido em excesso para a circulação sanguínea é ultrapassada, teremos o desenvolvimento de edema.
2 - diminuição da pressão oncótica: quando há diminuição dessas proteínas reguladoras da pressão, há aumento da permeabilidade, causando o edema.
3 - obstrução linfática causará o aumento da permeabilidade.
4 - retenção de Na e H2O por consequência de alterações na bomba de Na/K
5 - aumento da permeabilidade vascular por eventos inflamatórios.

  • Hemorragia

Ao extravasamento de sangue por ruptura de vaso para o meio externo ou cavidades dá-se o nome de hemorragia.

A hemorragia pode ocorrer por traumatismos, aterosclerose, neoplasia etc.

Morfologicamente, há formação de petéquias, púrpura, equimose e hematoma.

Como consequências podem ocorrem hipovolemia, isquemia local e morte.

  • Aterosclerose


É causada, principalmente, por LDL que se adere na camada íntima do vaso sanguíneo e forma cristais. A partir daí, os cristais são reconhecidos como antígenos e os macrófagos tentam fagocitá-los, mas não conseguem fazer a digestão e morrem, liberando enzimas lisossômicas que recrutam células inflamatórias, diminuindo a luz dos vasos e aumentando a pressão arterial.

  • Choque


É uma alteração circulatória aguda e rápida que, geralmente, leva ao óbito.

Caracteriza-se pela incapacidade do sistema circulatório de manter a irrigação sanguínea adequada à microcirculação com consequente perfusão inadequada de órgãos vitais causando uma hipóxia. Logo, o choque causa hipoperfusão sistêmica pela redução do débito cardíaco (DC) e do volume de sangue circulante.

Há cinco tipos de choque: 2 da macrocirculação e 3 da microcirculação, respectivamente:

1 - Cardiogênicoalterações no miocárdio que impossibilitam que o coração bombeie adequadamente o sangue (ex: infarto, insuficiência cardíaca esquerda)

2 - Hipovolêmico - diminuição de líquidos do organismo, diminuição do retorno venoso e do DC (ex: hemorragia, desidratação por queimadura)

3 - Sépticobactérias, principalmente Gram negativas , liberam endotoxinas que promovem uma vasodilatação, diminuindo o retorno venoso e o DC

4 - Anafilático em respostas alérgicas acentuadas onde há aumento da liberação de vasodilatador (histamina) que diminui o retorno venoso e o DC

5 - Neurogênico resposta vasomotora com vasodilatação, diminuindo o retorno venoso e o DC (ex: anestesia peridural)

O choque possui três estágios:
1 - Inicial perfusão é mantida e há ativação de mecanismos reflexos compensatórios
2 - Progressivo hipoperfusão tecidual e início dos desequilíbrios circulatórios
3 - Irreversível - inicia-se após lesões celulares tão graves que, mesmo que os defeitos hemodinâmicos sejam corrigidos, a sobrevivência não é possível .